Genebra - A Corte Real de Jersey concluiu que "há evidência de que um ou mais membros da famÃlia Maluf são culpados de fraude contra a Prefeitura de São Paulo e há suspeitas suficientes de que o dinheiro dessa fraude passou por contas na SuÃça e, de lá, para contas em Jersey". Com base nisso, anteontem o Tribunal de Londres autorizou a liberação dos extratos bancários do deputado Paulo Maluf (PP-SP) para a Justiça brasileira.
Os bancos envolvidos foram notificados ontem. "Devo receber os documentos no inÃcio da semana e enviar ao Brasil", contou Nuno Costa, advogado contratado pela prefeitura que trabalha em Jersey.
A procuradoria de Jersey informou ao Estado que o dinheiro já está bloqueado. "Estamos satisfeitos de que há evidências de que o sr. Maluf e outros cometeram fraude, que a prefeitura foi fraudada em grandes montantes, que proporção substancial do dinheiro foi pago à SuÃça e a outros lugares fora do Brasil e parte dos recursos chegou a contas de companhias em Jersey", diz a decisão da Corte de Jersey.
Para ela, isso "justifica a ordem para que os bancos dêem acesso sobre as contas para permitir que a prefeitura possa localizar os fundos e decidir se abrirá ação contra as companhias em Jersey para recuperar os fundos". A prefeitura deve abrir processo por lavagem de dinheiro em Jersey, para repatriar os recursos. A acusação é que o dinheiro teria sido desviado nas obras do Túnel Ayrton Senna e da Avenida Ãgua Espraiada, nos anos 90.
Maluf abrira uma ação para impedir o envio dos extratos. Seus advogados insistiram em que "não havia papéis que provem que o dinheiro da suposta fraude está agora em contas em Jersey". Para eles, as conclusões da Corte de Jersey são "meras suspeitas". A assessoria de Maluf reafirmou, mais uma vez, que ele "não tem e nunca teve conta no exterior."