São Paulo - O presidente da Net Serviços, Francisco Valim, afirmou que as contas que dão 75% de participação à empresa que surgirá caso a Net consiga adquirir o controle total da Vivax são "uma forma distorcida de olhar o mercado", já que essa avaliação leva em conta apenas a participação das duas companhias no segmento de TV a cabo.
"Na TV por assinatura concorremos também com o satélite, com a TV aberta e com o MMDS (sistema de antenas por radiofreqüência)", citou. Por isso, Valim afirma que, juntas, Net e Vivax terão 45% do mercado de TV paga de modo geral e 14% dos assinantes de banda larga do país.
Segundo ele, a Net "espera que esquente" a disputa entre as operadoras de TV paga e de telecomunicações após essa aquisição "porque hoje não existe competição na telefonia fixa ou na oferta de telefonia fixa mais banda larga e celular".
Para o executivo, a aquisição do controle da Vivax - a segunda maior do país em assinantes de TV por assinatura, atrás somente da própria Net - "robustece a capacidade da Net de competir no mercado de TV por assinatura, banda larga e voz" e pode "ampliar o modelo competitivo no setor de telecomunicações".
O fato de te a compra sido feita agora, depois que a Vivax abriu seu capital no nível 2 da Bovespa no início deste ano, torna a operação "absolutamente transparente, especialmente para os minoritários", de acordo com Valim. Ele também destacou o fato de a aquisição não envolver recursos em dinheiro, mas apenas troca de ações. "Não envolve endividamento e, por isso, não compromete a capacidade financeira da companhia", reiterou.
Pela proposta apresentada ontem, a Net quer adquirir uma participação minoritária na Vivax, de 36,7%, com a compra dos papéis hoje em poder da Horizon Telecom International. Em uma segunda etapa, após a aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a companhia pretende assumir o controle total da Vivax.