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Hugo Chávez conclui visita oficial à China e viaja à Malásia

Pequim - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, concluiu neste domingo sua quarta visita oficial à China e embarcou rumo à Malásia, país com o qual deseja fortalecer relações e estabelecer diversos acordos de cooperação.

Ao encerrar a visita à China na província oriental de Shandong, fontes venezuelanas destacaram conquistas e afirmaram que esperam na segunda visita oficial feita por Chávez à Malásia grandes resultados. Segundo as fontes, o país tem grande importância geográfica e estratégica para a Venezuela.

De acordo com as mesmas fontes, a companhia petrolífera estatal malaia Petronas tem interesse em uma aliança com a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) para investir em gás e petróleo no país Sul-americano.

O Governo de Caracas, por sua vez, estaria interessado no óleo de palma, setor no qual a Malásia é líder em exportações no mundo.

Chávez, que viajou para Kuala Lumpur - capital da Malásia - acompanhado de oito ministros, propôs em Shandong, após passar pela Academia de Ciências Agrícolas, a criação de um fundo de US$ 300 milhões para a área de cooperação agrícola com a província.

Segundo o presidente venezuelano, o fundo teria como objetivo apoiar e dinamizar os acordos em matéria agrícola estabelecidos tanto pela Academia de Ciências Agrícolas como pela província malaia. Os recursos seriam obtidos por meio do chamado Plano de Semeadura Petrolífera.

Em Shandong, antes de ir rumo à Malásia - com quem a Venezuela teve em 2005 trocas comerciais no total de US$ 39 milhões com um saldo de US$ 10,3 milhões para o país asiático -, Chávez ressaltou a importância do fundo para o desenvolvimento agrícola, que seria uma prioridade de seu Governo.

"(Trata-se de) nossa irmã mais velha, a revolução chinesa, impulsionando sua irmã mais nova, a revolução venezuelana, pois não existe independência sem soberania alimentícia", afirmou.

Chávez também anunciou em Shandong a criação de uma Academia na Venezuela com ajuda da instituição chinesa de pesquisa agrícola e destacou que, há dois anos, trabalha-se na instalação de uma escola agrícola na Venezuela que, agora, será elevada ao ensino superior.

Com a visita de Chávez, também foi reativado em Shandong um programa de capacitação técnica para profissionais venezuelanos e foi assinado um princípio de acordo entre Wang e os ministros venezuelanos de Agricultura e Terras, Elías Jaua, e de Ciência e Tecnologia, Yadira Córdova.

Por sua parte, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social da Venezuela (Bandes), Edgar Hernández, anunciou a criação de um fundo com contribuição do Bandes (US$ 226 milhões) e do Banco de Desenvolvimento da China (US$ 684 milhões) para a construção de casas na Venezuela pelo China International Trust Investment Company (Citic), no valor de US$ 910 milhões.

Na capital Jinan, Chávez, em declarações à emissora estatal de televisão venezuelana, disse que analisa a possibilidade de construir pequenos satélites na Venezuela.

"Existe a necessidade de seguirmos planejando a construção de pequenos satélites para diferentes coisas como, por exemplo, para fazer estudos sobre o mar, coisas que não podem ser feitas pelo satélite Simón Bolívar" - que está sendo construído na China.

O presidente venezuelano afirmou também que poderiam ser fabricadas antenas para as pessoas de classe média e baixa que não têm acesso à televisão privada por satélite. A fabricação dessas antenas poderia ser financiada pelo Estado a fim de que a população fosse informada sobre o que acontece em todo o território nacional.

Segundo Chávez, o satélite Simón Bolívar, cujo acordo de construção foi assinado em sua visita anterior à China, em 2004, é um modelo de avanço técnico e, atualmente, estuda-se uma melhor localização em órbita. Para o presidente, "o bom é que a Venezuela terá soberania em seu espaço".

"Vamos começar a construir na Venezuela bases terrestres para o controle dos satélites e, para isso, já trabalham técnicos chineses em nosso país", afirmou. "Seremos independentes em matéria de telecomunicações, vamos poder nos comunicar via satélite sem ter de alugar os satélites de outros países e os EUA não poderão bloquear nossas comunicações", disse o presidente venezuelano.

 

 
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