La Paz - O presidente da BolÃvia, Evo Morales, acusou o seu antecessor, Eduardo RodrÃguez (2005-2006), de ter entregado mÃsseis do Exército boliviano aos Estados Unidos para serem destruÃdos em troca de um pagamento de US$ 400 mil.
Segundo Morales, acordo foi revelado a ele por funcionários da embaixada americana quando explodiu o escândalo sobre o caso, que resultou em processo contra RodrÃguez, acusado de espionagem e submissão a domÃnio estrangeiro.
Morales pediu a RodrÃguez a entrega do acordo, alegando que o ex-presidente "não pode ocultar um documento" assinado com Washington. RodrÃguez, que também foi presidente da Corte Suprema boliviana, negou insistentemente por várias vezes a existência do acordo. Além disso, assegurou que autorizou a eliminação dos mÃsseis porque eles eram obsoletos.
Graças a este caso, a Corte Suprema iniciou, em 1º de agosto, um julgamento de responsabilidades contra RodrÃguez e solicitou ao Congresso nacional uma autorização para começar o processo. De acordo com Morales, o ex-presidente não apenas "mentiu", mas também deu sumiço à documentação do governo. Com isso, pretende apresentar-se como "vÃtima" diante da população, quando o Congresso estiver disposto autorizar o processo.
"Este tipo de personagem governou a BolÃvia desarmando as Forças Armadas", afirmou Morales em discurso realizado na cidade central de Cochabamba, diante de camponeses produtores de coca.
O Parlamento é controlado pelo governista Movimento Ao Socialismo (MAS), que também promove outros processos contra os ex-dirigentes bolivianos Gonzalo Sánchez de Lozada (1993-1997 e 2002-2003), Jorge Quiroga (2001-2002) e Carlos Mesa (2003-2005).
O presidente socialista disse que torce para que RodrÃguez "não escape" do paÃs, como Sánchez de Lozada, que, após sua renúncia em outubro de 2003, em meio a uma onda de protestos sociais que resultou em 60 mortes, fugiu para os Estados Unidos, onde reside atualmente.