Brasília - Os processos por falta de decoro parlamentar que poderão levar à cassação dos mandatos de três senadores acusados de envolvimento com a máfia das ambulâncias deverão ser abertos na próxima semana. A informação é do presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-MA), ao afirmar que dará apenas três dias úteis para os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT) apresentarem suas defesas por escrito.
Nesta terça, 15, o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), entrega ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), relatório parcial da comissão de inquérito que recomenda a abertura de processo contra 69 deputados, além dos três senadores, por envolvimento com a máfia das ambulâncias.
O relatório, que foi aprovado na semana passada pela CPI, será enviado ao Conselho de Ética do Senado e à Corregedoria da Câmara para a abertura de processo contra os 72 parlamentares. "Existe um ânimo grande no Senado para fazer esses julgamentos antes das eleições de outubro", disse o senador João Alberto. "O processo pode andar muito rápido", completou.
Assim que receber formalmente o relatório, o presidente do Conselho de Ética vai notificar os três senadores. A partir daí, serão contados três dias úteis para que os senadores façam sua defesa prévia. Caberá a João Alberto decidir se o processo será aberto, com a nomeação de um relator para investigar o caso, ou se será arquivado. "Mas se eu decidir arquivar, qualquer senador poderá recorrer dessa decisão", observou o presidente do Conselho de Ética.
Deputados
Além de entregar formalmente o relatório parcial ao presidente do Senado, Biscaia vai decidir se notifica os deputados Philemon Rodrigues (PTB-PB) e Salvador Zimbaldi (PSB-SP). Os dois deputados foram envolvidos com a máfia das ambulâncias por Darci Vedoin, sócio da Planam, uma das principais empresas do esquema.
"Esse notificação é muito simples e estamos estudando fazê-la", afirmou o vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, Raul Jungmann (PPS-PE). A inclusão dos dois nomes na lista de parlamentares que poderão ser cassados precisará, no entanto, ser votada pelo plenário da comissão de inquérito.