Vaticano fixa regras para divulgação de debates do Sínodo

Cidade do Vaticano - O Vaticano estabeleceu regras para divulgar os temas que bispos do mundo todo, reunidos na sede da Igreja Católica, vêm discutindo no Sínodo, e que abrangem assuntos variados, como os cuidados com a hóstia, a oratória dos clérigos, as missas pela televisão. A medida foi tomada depois que alguns dos prelados mostraram na véspera certa preocupação sobre a divulgação de detalhes dos debates.

Diálogos sobre a excomunhão de católicos que apóiam o aborto ou sobre as bases teológicas que sustentam o celibato vazaram, na terça-feira, para a imprensa. Por isso, hoje se comunicou que as informações serão limitadas ao período de "discussão livre", ou seja, ao período de uma hora, no final do dia, em que os bispos propõem temas de seu interesse e trocam idéias a respeito.

A política mantida pelo Vaticano em relação aos sínodos é a de manter em segredo, na medida do possível, a essência do que se trata nas reuniões.

O programa do Sínodo deste ano prevê entrevistas à imprensa em cinco idiomas. Designado para falar com os jornalistas em inglês, o reverendo John Bartunek admitiu que está havendo "certa preocupação" entre alguns bispos com a quantidade de informação produzida sobre o encontro. E alguns deles - acrescentou o reverendo Giorgio Constantino, que fala com a imprensa italiana - estão preocupados que seus comentários sejam mal interpretados.

O tema das missas televisionadas foi levantado, entre outros, pelo bispo brasileiro Geraldo Lyrio Rocha, que manifestou hoje sua "grave e séria preocupação" a respeito. Em resposta, o arcebispo John Foley, diretor de comunicações do Vaticano, pediu aos prelados que promovam mais celebrações pela TV, mas alertou que eles devem estar atentos à qualidade.