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Maluf comprou 349 quilos de ouro com desvios, diz PF

São Paulo - Virou ouro uma parte dos recursos que Paulo Maluf teria desviado dos cofres públicos municipais e remetido para a conta Chanani, operada nos EUA pelo doleiro Vivaldo Alves, o Birigüi - principal acusador do ex-prefeito, que está preso na Polícia Federal desde a madrugada de sábado.

Investigação conjunta da PF e do Ministério Público de São Paulo indica que pelo menos 349 quilos do metal foram adquiridos entre 14 e 20 de junho de 1998 com cheques de duas empresas fantasmas, subcontratadas de empreiteiras que formaram consórcio para construção da Avenida Água Espraiada, polêmico empreendimento da administração Maluf.

Aberta em 1997, a Chanani movimentou US$ 161 milhões no Safra National Bank de Nova York. À PF, Birigüi confessou ter sido o operador da conta e que o dinheiro foi usado para cobrir despesas dos Maluf nos EUA. O Ministério Público suspeita que US$ 5,88 milhões saíram da Chanani para pagar dívida de Maluf com seu marqueteiro, Duda Mendonça.

A Promotoria de Justiça da Cidadania, braço do Ministério Público paulista que rastreia casos de improbidade e enriquecimento ilícito de servidores, descobriu que outro doleiro teve a missão de transformar em ouro uma parte do montante supostamente desviado por meio de um esquema de propinas montado a partir do superfaturamento da avenida.

Laudo subscrito por peritos e contadores do Ministério Público indicou sobrepreço de R$ 200 milhões na Água Espraiada. O ex-diretor-financeiro de uma das empreiteiras denunciou que Maluf teria ficado com a maior parcela subtraída do Tesouro. O ex-prefeito nega irregularidades na obra que marcou sua gestão. Afirma que não houve propinas na obra.

O doleiro que adquiriu 1,4 mil barras de ouro será interrogado na próxima semana. Ele operou para o esquema PC Farias, tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor. Há seis meses a PF prendeu o doleiro, condenado a 10 anos de cadeia por gestão fraudulenta de instituição financeira.

Segundo o Ministério Público, o ouro da propina foi transformado em dólares numa segunda etapa da operação. O destino do dinheiro foi a conta Chanani. Documentos bancários que a Promotoria Distrital de Manhattan cedeu às autoridades brasileira mostram que a Chanani cobriu gastos de dois filhos de Maluf, Flávio e Otávio.

Os cheques usados para pagamento do ouro foram emitidos pelas empresas Fomento Engenharia e Construções e Planicampo Terraplanagem Ltda. A Promotoria da Cidadania sustenta que a Fomento e a Planicampo são fantasmas - sem atividade oficial, criadas só emitir notas e realizar o fluxo financeiro da propina.


15 subcontas
A perícia do Ministério Público identificou 15 subcontas abertas em moedas diferentes (franco suíço, dólar americano, marco alemão e iene japonês) em nome da Durant International Corporation, offshore que teria Maluf como seu principal beneficiário. Aporte de US$ 27 milhões na conta Chanani foi feito pela Durant, segundo a promotoria de Nova York.

Os promotores constataram que, em apenas 6 dias, entre 14 e 20 de junho de 1998, R$ 4,5 milhões que teriam sido desviados do Tesouro paulistano na gestão Maluf foram usados para compra de ouro.

 
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