Rio de Janeiro - Dom Tomás BalduÃno, presidente da Comissão Pastoral da Terra, disse nesta segunda-feira que a iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) de ir à s ruas para defender o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo do PT virá acompanhada de uma cobrança: o compromisso de acelerar polÃticas sociais como a reforma agrária.
Para dom Tomás, o fato de o MST atender ao pedido do ex-ministro-chefe da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP), demonstra que os movimentos sociais ainda não perderam totalmente a confiança em Lula, mas ressalta que a insatisfação com o governo é muito grande.
"O PT pode fazer esse pedido à vontade, mas tem um preço. Tem que haver uma contrapartida, que é o desafio maior: mudar o sistema. Em vez de privilegiar o capital internacional, voltar para o social de uma maneira prioritária. Essa é a contrapartida. Eles estão cansados de saber", disse o dom Tomás ao Estado, após participar da abertura do VIII Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente, no Rio, onde fez uma homenagem à missionária Dorothy Stang.
"A gente que vem do meio popular vê que o pessoal tem Lula como referência, mas está indignado ao mesmo tempo. A reforma agrária não caminha, está devagar, quase parando. Mil vezes o pessoal tem ido ao Lula dizer isso", criticou.