São Paulo - O jornal britânico "Financial Times", em matéria publicada em sua edição de hoje, lembra que o Partido Trabalhista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria comemorar em grande estilo os 25 anos da legenda. No entanto, Lula e o PT passaram o fim de semana em encontros emergenciais para discutir como resolver o escândalo de corrupção que desencadeou a pior crise desde que eles assumiram o poder em janeiro de 2003.
Com o título "Lula enfrenta presidência decorativa", a matéria resgata o escândalo no governo e pondera que mesmo o melhor cenário, no qual as alegações se mostrariam falsas e o time econômico se manteria intacto, o governo e sua coalizão terão, consideravelmente, se enfraquecido. O texto aborda as pressões da liderança petista para que o governo abandone alguns de seus aliados e resgate seus valores tradicionais de esquerda.
Segundo o FT, a primeira indicação da disposição do presidente sobre se manterá uma posição de centro ou se voltará mais para a esquerda virá nesta semana com a reforma ministerial. Os investidores vão observar se o substituto do chefe da Casa Civil, José Dirceu, será do campo "aliado" ou "isolacionista".
A matéria termina destacando que o mercado financeiro não se mostra preocupado com os desdobramentos do escândalo político. O real fechou a 2,39 por dólar, o nível mais forte em mais de três anos é a última frase da matéria.