Dirceu vai processar Roberto Jefferson, diz assessoria

São Paulo - O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, decidiu processar o ex-presidente do PTB, deputado federal Roberto Jefferson (RJ), pelas declarações de que o petista encabeçaria "o maior esquema de corrupção" visto nos últimos anos. Dirceu ficou sabendo dessas declarações na tarde de hoje, enquanto participava de encontro com ala majoritária de seu partido, em um hotel da capital paulista.

A assessoria de imprensa do ex-ministro informou que ele já está constituindo advogado para entrar com queixa-crime contra Jefferson no Supremo Tribunal Federal (STF).

Dirceu pretende reassumir, na próxima quarta-feira, sua cadeira na Câmara dos Deputados. Seus assessores afirmaram que é possível que ele ocupe a tribuna da Casa e discurse, marcando seu regresso ao Parlamento. Antes da quarta-feira, Dirceu pretende falar apenas em dois eventos: na noite de hoje, ele discursará no ato que o PT organiza contra as acusações feitas pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson; amanhã, o ex-ministro também discursará no encontro do Diretório Nacional do partido.

A princípio, segundo sua assessoria, ele não dará entrevistas à imprensa para comentar sua saída do governo. Nesta manhã, Dirceu foi o segundo a discursar, durante encontro do "Campo Majoritário" do PT, falando logo após o presidente da legenda, José Genoino.

Por cerca de 20 minutos, Dirceu falou sobre seus planos para o futuro, como o de viajar pelo País para reorganizar a militância petista, em defesa da legenda e do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Manifestou também sua disposição de defender as mudanças que o presidente Lula vem promovendo no País.

Aparentando tranqüilidade, de acordo com petistas presentes à reunião, Dirceu chegou mesmo a brincar em meio a sua intervenção. O ex-ministro, no entanto, evitou qualquer contato com a imprensa, entrando pela garagem do hotel onde ocorre a reunião.

Por volta das 16h30, Dirceu ainda estava na reunião, embora muitos integrantes do bloco majoritário, como a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy e o ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), tenham deixado o evento.