Comunidade do Orkut fará ato contra corrupção neste domingo

São Paulo - "Brasil de Luto: o que é isso, ´companheiro´ Lula?" é o lema de um protesto que está sendo organizado para este domingo em várias capitais do Brasil por uma comunidade virtual do Orkut. Segundo a turma do "Passeata Brasil de Luto", que tem 229 membros, oito capitais farão os protestos. Em São Paulo o ato está marcado para ser em frente ao Masp. No Rio, será em frente ao hotel Meridien, em Copacabana. Em Brasília, os organizadores esperam concentrar os protestos na praça dos Três Poderes. Todos devem começar às 10 horas.

Segundo Marco Amaral, organizador do movimento em São Paulo, a idéia surgiu no próprio Orkut, a partir da secretária carioca Fátima Ferreira, de 58 anos. "Nossa proposta é fazer uma manifestação divertida, irônica e civilizada", diz. Ele afirma que o objetivo não é gritar Fora Lula!, mas sim "exigir clareza, ética, responsabilidade dos congressista e do presidente Lula".

Marco Amaral defende uma maior participação da sociedade nas questões nacionais, "parecido com a Argentina". "Não gostamos, protestamos; isso é democracia participativa", afirma. Ele acredita que as manifestações políticas evoluíram, são pacíficas e tem um caráter de punir os maus políticos. "Fui cara pintada com 12 anos. Os adolescentes de hoje já tem o DNA contendo o Fora Collor, por isso que cada vez mais as manifestações não quebram nada, não causam dano, são cada vez mais responsáveis", afirma.

Ele não imagina quantas pessoas poderão comparecer no protesto, mas espera "um público que ajude a dar um norte para a classe política". Segundo ele, a comunicação vem sendo feita no "bom e velho estilo boca a boca". "Ficaria feliz se forem à avenida Paulista mais de mil pessoas", diz.

A carta aberta que está circulando na internet convocando para o evento diz que o movimento foi criado "por cidadãos brasileiros, indignados com a corrupção e impunidade que há anos assola a vida política deste país". Eles dizem que a comunidade "não tem conotação político-partidária". A carta afirma que os participantes estão "cansados de apenas debater na internet e decidiram sair às ruas" para protestos "pacíficos, apartidários, bem-humorados, e contra as más companhias".