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Região de Campinas vive dia mais chuvoso em 115 anos

Vendaval em Indaiatuba, região de Campinas, tombou vagões de trem e arrancou postes de energia. Cidade acordou sem luz elétrica
Campinas - Foi o dia mais chuvoso de maio em Campinas nos últimos 115 anos, desde que o Instituto Agronômico (IAC) iniciou as medições dos índices pluviométricos. Na região, a chuva não veio sozinha. Um tornado com ventos de pelo menos 117 quilômetros por hora deixaram uma pessoa morta e destelharam cerca de 800 casas em Capivari, destruíram dezenas de prédios e provocaram blecaute em praticamente todo o município de Indaiatuba.

Em Capivari, o tornado causou falta de energia elétrica em oito bairros na noite de terça. Nesta quarta-feira à tarde, apenas um bairro permanecia sem eletricidade. Eneida de Lara Vieira Uemura, de 48 anos, teve seu carro atingido por uma viga de madeira de uma placa, chegou a ser levada à Santa Casa da cidade, onde morreu. De acordo com o diretor da Defesa Civil de Capivari, Orlando Lurial, outras dez pessoas ficaram feridas na cidade, mas sem gravidade.

Depois da destruição provocada pelos ventos, a forte chuva da madrugada de quarta alagou pelo menos 70 casas às margens do Rio Capivari. O rio subiu cerca de três metros, conforme Lurial. Duas pontes foram interditadas e passariam por análise técnica para avaliar se estavam comprometidas. Segundo a Secretaria Municipal de Obras, serão necessários pelo menos R$ 2,5 milhões para recuperar os danos na cidade.

Cerca de 50 pessoas estavam em abrigos municipais de Capivari. Duas casas desabaram na cidade, uma desabitada. A família da outra casa se abrigou com parentes. Dezenas de árvores e 20 postes foram arrancados pelos ventos. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) visitou Indaiatuba e Capivari na tarde de ontem (25) e prometeu apoio às duas cidades. Mas não falou em recursos financeiros.

Muita água - Entre as 7 horas de terça e as 7 horas de quarta, o posto de monitoramento instalado na sede do IAC registrou 159,3 milímetros de chuva. No posto de medição do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no distrito de Barão Geraldo, o índice alcançou 169,7 milímetros, quase três vezes a média histórica de chuvas em todo o mês de maio em Campinas, de 60 milímetros.

A chuva invadiu o Centro Cirúrgico do Ambulatório de Especialidades do Hospital Municipal Mário Gatti e pelo menos 20 cirurgias, como ortopédicas e dermatológicas, tiveram de ser canceladas por causa do risco de infecção dos pacientes. A previsão é de que o centro cirúrgico seja reaberto apenas na segunda-feira.

Três famílias ficaram desalojadas em Campinas por causa de deslizamentos e alagamentos nos bairros Jardim Rosalina, Jardim Campineiro e Vida Nova. Elas foram para casa de parentes. A Defesa Civil registrou 39 ocorrências em 12 horas. Somente de queda de árvores ocorreram 41 registros na Defesa Civil e Departamento de Parques e Jardins (DPJ), da Secretaria de Obras e Serviços Públicos.

A chuva afetou ainda a rotina dos que pretendiam seguir do interior para São Paulo. Na rodoviária de Campinas, as viagens para a capital foram canceladas desde o início do dia. Em média seis ônibus partem por hora de Campinas para São Paulo. A rota foi retomada apenas às 14h30. Cerca de 1.000 pessoas não puderam se deslocar a São Paulo antes disso.

O mau tempo não afetou as operações do Aeroporto Internacional de Viracopos, que funcionou normalmente ontem e não recebeu pousos transferidos de outros aeroportos, conforme a Assessoria de Imprensa.

Em Valinhos, duas casas alagaram, um muro tombou e ficou apoiado na parede da casa vizinha e outro desabou. Várias ruas e avenidas inundaram e quatro árvores caíram.

Ar limpo - Apesar dos graves problemas ocorridos na região, o pesquisador do Cepagri Jurandir Zullo Júnior avaliou que as chuvas trouxeram benefícios. "Limpou o ar e reduziu o alto potencial de queimadas", disse. Segundo o pesquisador, culturas de entressafra, como a de milho, e as pastagens também foram beneficiadas.

Por outro lado, eventuais colheitas, como de café e cana, podem ter de ser adiadas dois ou três dias. "Nada que vá prejudicar a produção", alegou Zullo Júnior. Ele explicou que não deve mais chover forte na região de Campinas. Acrescentou que a temperatura deverá ficar entre 13 e 25 graus nos próximos dias e que não há previsão de geada.

 
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