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Ministra admite que morte de freira antecipou anúncio de medidas

São Paulo - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que as medidas anunciadas ontem pelo governo federal, de bloqueio de 8,2 milhões de hectares na região Norte, faziam parte de um plano de preservação ambiental da região, que seria anunciado no próximo dia 21, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu antecipar a divulgação após a morte da missionária Dorothy Stang e outros líderes rurais nos últimos seis dias.

"O governo possui ações fortes em fase de implementação e que estão sendo reforçadas em memória da irmã Dorothy", disse a ministra, após celebrar convênio de parceria técnica entre seu ministério e a Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), em São Paulo. "Ninguém consegue criar um programa como esse em uma semana", acrescentou, ao recusar a análise de que o bloqueio das terras tinha sido feito a toque de caixa.

Segundo ela, a missionária tinha consciência de que os programas adotados pelo governo federal de preservação da área estavam em fase de implementação, a ponto de a própria irmã Dorothy estar orientando a população local a acessar a obtenção de créditos federais do Programa de Desenvolvimento Sustentável (PDS) do local quando foi assassinada.

"Só se reage àquilo que está sendo feito", disse a ministra. "A irmã foi semelhante a Moisés: ela viu a terra prometida, mas não conseguiu entrar", acrescentou, para defender os projetos tocados pelo governo na região.

Marina Silva admitiu que as áreas de preservação, bloqueadas pelo governo para análise nos próximos seis meses, estão distantes do local do assassinato, mas insistiu que o projeto do governo tem condições de conter a violência na região e que tais programas não sofreram "nenhum retrocesso".

Ela argumentou, por exemplo, que as medidas garantirão a preservação ambiental de todo o trecho de passagem da rodovia BR-163, além de manter a preservação ambiental da floresta amazônica com a criação de reservas extrativistas e de parques nacionais na região, além da Estação Ecológica da Terra do Meio e da demarcação de áreas indígenas.

Desta forma, a ministra assegurou que o governo federal tem condições de fiscalizar a região, pois o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) abrirá concurso público para a contratação de 900 fiscais, que vão se somar aos 800 contratados no governo Fernando Henrique Cardoso.

A ministra assegurou que o governo terá condições de combater as ações de madeireiros e grileiros no Estado. "Há três meses, dentro das reservas, cancelamos nove planos de manejo e estamos confiscando equipamentos das madeireiras. Antes, só aplicavam multas e as madeireiras voltavam, numa lógica de que o crime valia a pena. E, hoje, dificilmente, os madeireiros retornam imediatamente depois de os equipamentos serem confiscados", disse.

 
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