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NOVA YORK (Reuters) - Ela já é uma diva pop, estrela de cinema e um dos temas favoritos das colunas de fofocas. Agora Jennifer Lopez vai estrear também como estilista, lançando a coleção que está atraindo mais atenção na Semana de Moda de Nova York.

Ela vai apresentar uma coleção na sexta-feira à noite, no desfile cujos convites têm sido os mais difíceis de se conseguir e que certamente vai atrair a maior multidão de celebridades, paparazzi e jornalistas.

E, embora suas credenciais como estilista possam não se comparar às de um Oscar de la Renta ou Ralph Lauren, os especialistas não a excluem de consideração de antemão.

"Nós, como consumidores, costumamos tirar o chapéu para as celebridades e dizer: "Vocês vivem a vida com a qual sonhamos -- então nos digam como devemos nos vestir"", explicou Wendy Liebmann, diretora da consultoria WSL Strategic Retail.

Não é de hoje que astros e estrelas dão seus nomes a produtos de consumo. Frank Sinatra, por exemplo, tinha uma linha de gravatas.

A tendência se fortaleceu com Martha Stewart, que ergueu um império a partir de suas habilidades domésticas, e P. Diddy, que partiu de suas raízes no hip-hop para criar sua popular grife de roupas "Sean John".

"Uma celebridade grande tem valor imenso no mercado", disse Robert Thompson, professor de cultura popular na Universidade Syracuse.

CIRURGIAS CEREBRAIS?

Para Simon Doonan, diretor criativo da elegante varejista de moda nova-iorquina Barney"s, ninguém deveria se surpreender pelo fato de uma celebridade promover um desfile na Semana de Moda.

"É inteiramente culpa nossa se conferimos a essas celebridades o sentimento de onipotência insana", disse ele. "A próxima coisa será ela (Jennifer) fazer cirurgias cerebrais." E, para ele, tudo isso representa mais um prego fechando o caixão do que já foi a Semana de Moda de Nova York.

"Hoje, cada desfile é como uma gigantesca pré-estréia de cinema. A idéia original de a Semana de Moda ser uma feira especializada em moda já evaporou por completo", disse Doonan.

Paco Underhill, autor de "Why We Buy" (por que compramos), considera a entrada de Jennifer Lopez no campo da moda uma coisa que destoa.

"Eu comparo a chegada de J Lo para os desfiles com a ida de Sharon Stone a Davos", disse ele, referindo-se à participação da atriz no Fórum Econômico Mundial. "Quais são as credenciais de Sharon Stone para ir discursar num fórum econômico?"

Para Thompson, Jennifer pelo menos tem a vantagem de ser uma pessoa que dita tendências. "Por maior astro que seja Tom Hanks, duvido que eu compraria uma loção pós-barba chamada Tom", observou.

Jennifer Lopez disse ao Women"s Wear Daily que sua coleção terá um visual mais elegante, preços maiores e distribuição mais limitada do que sua já existente grife JLo, que tem lingerie e roupas casuais e baratas para o dia.

Sua coleção mais cara inclui casacos de veludo, suéteres de cashmere e casacos de pele de raposa, disse o jornal especializado.

Lopes disse ao WWD que não é estilista, mas "tenho um certo estilo e uma certa imagem à qual as pessoas reagem".

O desfile será dividido em três partes, representando etapas da vida de Lopez: uma que marca sua fase inicial, no Bronx, outra para refletir sua carreira musical e, para concluir, uma final glamurosa. "Não me importo com a crítica", disse ela. "Os consumidores vão decidir se gostam e se querem comprar."

A analista de moda Irma Zandl disse que Jennifer Lopez pode estar mais sintonizada com os consumidores do que muitos estilistas de alta-costura.

"Pelo fato de focalizar tão exclusivamente os tamanhos pequenos e os estilos supermodernos, a indústria da moda está correndo o risco de virar um esporte para espectadores, ou, o que é pior ainda, se tornar totalmente irrelevante", afirmou ela.

 
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