Santos - O meia Ricardinho já não esconde a satisfação pelo acerto em sua transferência para a Vila Belmiro. Já apagou de vez a má passagem pelo São Paulo e, comandando a equipe dentro de campo, reencontrou seu melhor futebol e trabalha com dois objetivos claros: conquistar o título de campeão brasileiro e voltar à Seleção Brasileira. "Trabalho para isso. Fiquei muito tempo sem jogar, tive problema de contusão que me atrapalhou e agora, retomando minha profissão no Santos, posso conquistar esses dois objetivos com o trabalho coletivo de nossa equipe".
Bem enturmado no grupo, Ricardinho conseguiu vencer também a resistência dos torcedores santistas, que não aceitam jogadores que ficaram marcados em sua passagem pelo Corinthians. Se não é ainda um dos principais ídolos da torcida, tem a unanimidade do reconhecimento de seu trabalho, ocupando o espaço que era de Diego na condução do time. Como armador, tem que superar outra dificuldade adicional a cada jogo: superar a retranca dos adversários. E os santistas têm vencido esse obstáculo com o melhor ataque do Brasileiro, que marca a média de 2,3 gols por partida.
Mas não tem sido fácil, reconhece Ricardinho, que cita o exemplo da goleada de domingo sobre o Vitória por 4 a 1, com um primeiro tempo que foi ganho pela forte marcação do time baiano. Essa postura tática extremamente defensiva dificulta e proporciona erros de passe, como ele mesmo cometeu no primeiro tempo. "A gente dominava a bola, olhava e quando ia dar o passe, o adversário vinha, tomava a frente, dividia, fazia falta".
Por isso, ele prefere creditar o mérito ao adversário, que foi eficiente na marcação durante todo o primeiro tempo do jogo. "Todos cometemos erros, mas é freqüente desvalorizar um lado e não valorizar o outro", comentou. "Quando se joga uma partida com um time como o Vitória, que se defendia com nove ou dez jogadores atrás da linha da bola, os erros de passe acontecem mais pelo valor da marcação do que por problemas do Santos".