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Mustafá reassume Palmeiras nesta 6ª

São Paulo - Após 45 dias de licença, Mustafá Contursi Goffar Majzoub reassume oficialmente a presidência do Palmeiras na próxima sexta-feira. Na prática, porém, ele nunca esteve ausente. Quase que diariamente, foi procurado pelo presidente interino, Afonso Della Monica, ou por algum outro diretor, para dar palpites na gerência do clube.

Mesmo de longe, viajando, Mustafá comandou o Palmeiras. Ele se licenciou com a justificativa de que precisava descansar. Mas seu telefone celular não parou de tocar. E ele também não fez questão de desligá-lo e se isolar pra valer.

Tanto que, dentre muitas atividades típicas de um cartola, ele participou de reuniões com o presidente da Federação Paulista, Marco Polo Del Nero, defendeu os interesses do Palmeiras no Clube dos 13 e, de quebra, esteve próximo ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, garantindo prestígio e força política para o Verdão junto à entidade máxima do futebol brasileiro.

Mustafá também fez questão de se manter informado sobre as crises internas do elenco - como a polêmica entre o técnico Estevam Soares e o meia Pedrinho. Deu o aval para as contestáveis contratações dos laterais André Rocha (ex-Portuguesa Santista) e Xavier (ex-Santa Cruz), e do atacante Alex Afonso, (ex-Lusa). Autorizou ainda um aumento de 30% de salário para os meio-campistas Alceu e Diego Souza, mas vetou a proposta de quase 100% de reajuste pedida por Corrêa - Mustafá propôs ao volante o mesmo aumento de 30% concedido a Alceu e Diego.

Presença - Além desses problemas administrativos, Mustafá também fez questão de acompanhar de perto as obras no Parque Antártica. O estádio está tendo um setor remodelado para que os chamados "torcedores comuns" não transitem pela área social do clube. "Pelo menos uma vez por semana ele foi ao clube para ver como andam as obras", conta Antônio Carlos Corcione, que se apresenta como ‘assessor especial da presidência’ e tem sido, na prática, o porta-voz da diretoria, já que Mustafá não gosta de falar na imprensa.

Corcione faz questão de ressaltar o que chama de "excelente trabalho" de Della Monica. Mas admite que Mustafá, mesmo de licença, continuou sendo uma referência muito forte. "As pessoas procuram pelo Mustafá. Se ele se ausentasse de vez, daqui a dez anos ainda seria procurado, mesmo que não estivesse mais fisicamente no clube."

Mustafá freqüenta o Palmeiras desde o final dos anos 50, quando foi, pela primeira vez, assistir a um jogo no Parque Antártica. Filho de um árabe com uma italiana, apaixonou-se pelo clube e nunca mais o largou. Assumiu a presidência em 93, após a assinatura de contrato com a Parmalat, que rendeu vários títulos ao clube. Foi uma época áurea, logo sucedida por um período de vacas magras que culminou no rebaixamento do time no Campeonato Brasileiro de 2002. Se for para o bem da nação, diga ao povo que fico...

A vergonhosa queda parecia que marcaria o fim da era Mustafá. Parecia. Mas não marcou. No início de 2003, mesmo pressionado pela opinião pública, Mustafá foi reeleito para mais um mandato - seu sexto consecutivo.

Pleito - Para as próximas eleições, em janeiro, ele vem prometendo que não será candidato. Mas ninguém no clube duvida que isso é só "jogo de cena". "Ele diz que não vai se candidatar, mas não engana nem uma criança de 5 anos", diz Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, candidato da oposição derrotado na última eleição e que poderá concorrer novamente em janeiro. "Há um movimento muito forte para que o Mustafá fique na presidência", acrescenta Antônio Carlos Corcione. "Para mim e para todos, ele diz que não será candidato. Mas isso pode mudar. Não sabemos qual será a vontade dele."

A vontade, aparentemente, é a de querer ser aclamado pelos conselheiros que o apóiam para, só então, assumir sua candidatura. E aí, se nenhum imprevisto ocorrer até janeiro - e o imprevisto precisaria ser maior que um rebaixamento no Brasileirão -, Mustafá deverá ser reeleito para seu sétimo e último mandato. (Pelo Estatuto do Torcedor, que está em vigor desde o ano passado, um dirigente não pode ter mais do que dois mandatos consecutivos. Como o atual é o primeiro de Mustafá já com o estatuto em vigência, ele ainda pode se reeleger mais uma vez).

Um dos principais motivos que fazem de Mustafá o favorito para mais uma reeleição é sua força política na CBF. Graças ao prestígio que tem com Ricardo Teixeira, Mustafá foi indicado por ele para fazer parte de uma comissão da Fifa para tratar dos problemas dos clubes referentes à liberação dos atletas para as seleções nacionais. No Brasil, Mustafá ainda preside o Sindafebol (Sindicato Nacional de Associações do Futebol Profissional e das Entidades Estaduais de Administração do Desporto) e é vice do Clube dos 13.

Por tudo isso, apesar de contestado pela torcida, Mustafá é respeitadíssimo dentro do Palmeiras. E continua comandando o clube, mesmo licenciado do cargo.

 
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