Lisboa - Portugal tem o entusiasmo de seus jogadores, o apoio da torcida e a superstição como trunfos para chegar ao tÃtulo da Eurocopa. Em 1964, a competição foi realizada na Espanha e os donos da casa foram campeões. Em 1984, o torneio foi na França e os anfitriões também ficaram com a taça. Agora, 20 anos depois, os portugueses esperam manter a escrita.
A campanha de Portugal tem a cara do técnico Luiz Felipe Scolari. A derrota para a Grécia (2 a 1) na estréia deu a Felipão a chance de usar seus métodos motivacionais para transformar os jogadores em guerreiros e os torcedores em fanáticos. Na base do coração e da entrega, o time bateu a Rússia (2 a 0), garantiu a vaga nas quartas-de-final com um sofrido 1 a 0 sobre a Espanha e encheu o paÃs de orgulho com a vitória nos pênaltis sobre a Inglaterra.
Antes do inÃcio da competição, Felipão havia prometido levar a equipe até a semifinal. Cumpriu a promessa, mas agora tem que conviver com os pedidos pelo tÃtulo de torcedores e jornalistas. Por isso, resolveu pisar no freio. "Não somos os melhores. Estamos entre os quatro melhores, mas ainda não ganhamos nada."
Pé no chão - Seus jogadores já foram doutrinados para não se deixarem levar pela euforia da torcida. "Vai ser um jogo muito equilibrado. A Holanda tem um ataque muito forte", disse o volante reserva Petit. "Eles têm jogadores fantásticos, tanto que têm o Kluivert no banco", acrescentou o zagueiro Jorge Andrade.
Em relação ao time que estreou, o dedo do treinador e as circunstâncias foram "ajeitando" a escalação. O lateral Paulo Ferreira, o zagueiro Fernando Couto, o meia Rui Costa e o atacante Simão Sabrosa foram trocados por Miguel, Ricardo Carvalho, Deco e Cristiano Ronaldo. E a suspensão de Pauleta (dois cartões amarelos) possibilitou a entrada de Nuno Gomes.