São Paulo - O entusiasmo pela possÃvel escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 recebeu uma ducha de água fria. Empresários, investidores e até o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, apresentaram uma série de empecilhos que atravancam o antigo sonho. Só para se ter idéia, Teixeira, sem esconder sua contrariedade, reconheceu que o Maracanã, um dos estádios mais paparicados do PaÃs, só tem um destino: a implosão. "Ali não tem jeito. Teria de ser implodido", afirmou em entrevista exibida na abertura do simpósio intitulado "Financiamento, Retorno e Oportunidade nos Negócios do Esporte no Brasil", realizado hoje, na capital.
De acordo com o cartola, o principal problema do "maior estádio do mundo" é estrutural. "Para abrigar uma Copa do Mundo seria necessário algumas milhares de vagas de estacionamento, o que não é possÃvel de ser feito atualmente", explicou.
Chegou a ser curioso a diferença de pensamentos e argumentos, por exemplo, do presidente do Comitê OlÃmpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, e do presidente do International Sports Group (ISG), Richard Law. O primeiro fez defesa enfática da candidatura brasileira a sede de grandes eventos, no caso os Jogos OlÃmpicos, apesar do fracasso do Rio na pretensão pela OlimpÃada de 2012. "O Brasil vai realizar a OlimpÃada, o paÃs precisa da OlimpÃada", afirmou.
Realidade - A missão de colocar os pés de todos no chão coube a Law.
O executivo, que comandava as ações do fundo americano Hicks, Muse, Tate and Furst (HMTF) no Brasil, no perÃodo da parceria com Corinthians e Cruzeiro, foi curto e grosso. "Esse PaÃs não tem a menor condição de realizar uma OlimpÃada ou Copa do Mundo nesse momento", afirmou. "E digo mais, 2014 está aà e se nada começar a ser feito, nem daqui 10 anos o Brasil reunirá as condições mÃnimas para tal."
E um dos pontos fundamentais para sustentar qualquer pretensão, a capacidade de atrair investimentos, é afastada pelo americano. "Eu diria que a chance de investidores internacionais voltarem a direcionar recursos para o Brasil é zero, pelo menos no curto prazo", sentenciou, referindo-se aos seguidos problemas de polÃticas administrativas, legais e econômicas pouco claras no PaÃs.